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Título: Gente Melancolicamente Louca
Autor: Teresa Veiga
Editora: Tinta-da-China
Penso que nunca dei cinco estrelas a um livro de contos. Sou muito esquisita com este género literário, com a rapidez com que tudo se processa e com os fins, geralmente, abruptos. Tem de haver uma grande maestria do escritor para me encantar, algo que já é complexo de alcançar num só conto, o que fará num livro repleto deles. Apesar da minha dificuldade assumida com os contos, problema meu, acredito, tenho-me forçado a ler mais livros deste género, porque me fascina a arte associada à sua construção. Quero saber mais, quero estar mais ambientada a este mundo dos contos, e tenho a certeza que Gente Melancolicamente Louca foi uma escolha muito acertada.
Fiquei deveras fascinada com o talento de Teresa Veiga como contista, embora já suspeitasse que fosse muito boa. Adorei a sua escrita, elaborada e eloquente. Contudo, tal não foi suficiente para me perder de amores pelos vários contos que fui lendo, embora deva realçar que não houve um único que não tenha gostado de todo, o que raramente me acontece com livros de contos. Tal deve-se, sem dúvida, à forte componente feminina ao longo de todo o livro e à escrita irrepreensível de Teresa Veiga.
Os meus contos preferidos foram O dia em que Sherlock Holmes foi salvo pelo Capitão Fracasse e Natacha.
Por temperamento sou reservada e pouco sociável, no sentido em que me basto a mim própria e nunca senti necessidade de ter amigas que servissem de confidentes ou meras caixas-de-ressonância dos meus pensamentos e preocupações.
Pontuação: 3,5
Os meus últimos dias têm sido muito preenchidos, mas felizmente consegui tirar uns momentos para começar mais um livro para o projecto Ler os Nossos. Desta vez, um livro de Teresa Veiga, também uma estreia nas minhas leituras como Isabela Figueiredo, com um título absolutamente fantástico e magnético que já queria ler há alguns meses, mas que demorou a fazer parte da biblioteca cá de casa.
Trata-se de um livro de contos, género literário com o qual tenho uma relação de amor-ódio. Ou me identifico muito pouco com o conto e acaba por me ser indiferente, ou adoro-o de paixão, mas o final deixa-me um sabor agridoce de "não pode ser só isto, preciso de mais". Após ter lido quatro contos, devo confessar que ainda não me apaixonei perdidamente por nenhum, mas tenho de reconhecer que Teresa Veiga escreve magistralmente bem. A sua escrita é bela, majestosa, magnífica, um tesouro para os olhos de qualquer leitor, quero crer. Estou muito curiosa com a leitura dos próximos contos, e desejo sinceramente que pelo menos um me enlouqueça de amor, não fosse eu melancolicamente louca.
Os próximos livros que pretendo ler no mês de Novembro são de José Saramago e Teresa Veiga, para o projecto Ler os Nossos, sendo que com a leitura de Terra do Pecado darei finalmente início ao projecto Ler Saramago, algo que já estava a adiar há bastante tempo. Nunca li nada de Teresa Veiga e tenho muita curiosidade em fazê-lo, especialmente devido a este fantástico título.
Esta semana recebi uma encomenda com estes quatros livros (e ainda está um em falta), todos de autores que nunca li e que fui vendo repetidas vezes em pesquisas que fiz, na tentativa de chegar a uma lista de livros essenciais, ou de leitura obrigatória (nem sempre estes títulos em concreto, mas destes autores). Gosto muito deste tipo de listas, mas há tanta informação sobre o assunto que em vez de chegarmos a 100 ou 200 livros e pararmos, ficamos com uma lista que ultrapassa largamente este número, dividida entre autores intemporais, autores contemporâneos, autores portugueses, escritoras de leitura obrigatória, e que parece que irá perpetuar-se até chegarmos ao "fim da internet". Enfim, um mar de informação que nos deixa em extâse, afinal é o nosso amor, e em pânico, porque não haverá tempo nem possibilidade (financeira, editorial, etc.) para tudo.
Há cerca de um mês, depois destas pesquisas mais ou menos aleatórias, comecei a fazer um trabalho de investigação baseado no livro 1001 Books You Must Read Before You Die (1001 Livros para Ler Antes de Morrer), baseando-me na lista em inglês, através da qual procurei as edições correspondentes em português, título, editora, escritor, nacionalidade, género, link no goodreads, lido/não lido, na minha biblioteca pessoal ou não. O ideal seria ler todos os livros desta lista, embora sejam imensos e seja coisa para demorar uns bons anos, mas sobretudo alargar o meu conhecimento a nível literário. Há tanta coisa que ainda desconheço.
Penso que tenho sensivelmente um quarto do trabalho feito, mas tenho tido alguma preguiça em adiantá-lo nas últimas semanas. Além de ser um trabalho moroso, torna-se demasiado mecanizado por vezes e não quero que seja uma obrigação. Tem de ser algo para ir fazendo quando tiver vontade, que me dê prazer em descobrir, que me faça enervar por tantos ainda não terem sido editados em Portugal. Espero este fim-de-semana adiantar mais alguns títulos e pode ser que quando acabar nasça aqui um projecto para concretizar até morrer.