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Título: Ensaios sobre Fotografia
Autor: Susan Sontag
Editora: Quetzal Editores
Este livro de ensaios sobre fotografia de Susan Sontag é essencial aos amantes de fotografia. O primeiro ensaio - Na caverna de Platão - é deveras fascinante, essencialmente, porque já foi escrito há mais de 40 anos (1973), e permanece tão actual. Este ensaio deixou-me com imensa pena de não haver um ensaio mais recente neste livro, por exemplo, do início dos anos 2000 (Susan Sontag morreu em 2004).
A fotografia, mais recentemente, transformou-se num divertimento quase tão praticado como o sexo e a dança, o que significa que, como todas as formas de arte de massas, a fotografia não é praticada pela maioria das pessoas como arte. É sobretudo um rito social, uma defesa contra a ansiedade e um instrumento de poder.
Pela primeira vez na história, um largo sector da população sai regularmente do seu meio habitual por curtos períodos de tempo. E parece bem pouco natural passear sem levar uma câmera fotográfica. A fotografia será sempre a prova indiscutível de que a viagem foi feita, de que o programa se cumpriu e de que as pessoas se divertiram.
Nesta comédia que é o safari ecológico, as armas metamorfosearam-se em câmeras, porque a natureza deixou de ser o que sempre foi: aquilo de que o homem tinha de se proteger. Agora a natureza - subjugada, ameaçada, em perigo de extinção - necessita de ser protegida das pessoas. Quando sentimos medo disparamos. Mas quando nos sentimos nostálgicos, tiramos fotografias.
A partir do primeiro ensaio, foi difícil manter o ritmo de leitura, o livro tornou-se um pouco mais técnico e, para mim, mais aborrecido. Acredito que, para algumas pessoas, os ensaios em que se fala da ameaça que a fotografia foi, nos primeiros tempos, para a pintura, da justaposição de pensamentos de filósofos, pintores e fotógrafos, seja tremendamente interessante, mas para o leitor comum, acaba por tornar-se um tanto ou quanto repetitivo e cansativo quando chegamos a meio do livro.
Ainda assim, este livro deixou-me com uma imensa vontade de fotografar e de aprender mais sobre fotografia, e com um interesse enorme por esta intelectual norte-americana que foi professora universitária, activista na defesa dos direitos das mulheres e dos direitos dos humanos em geral, ficcionista e ensaista. Espero ler, muito em breve, Renascer, o primeiro de três volumes de diários e apontamentos de Susan Sontag.
Pontuação: 3
Os próximos livros que pretendo ler no mês de Novembro são de José Saramago e Teresa Veiga, para o projecto Ler os Nossos, sendo que com a leitura de Terra do Pecado darei finalmente início ao projecto Ler Saramago, algo que já estava a adiar há bastante tempo. Nunca li nada de Teresa Veiga e tenho muita curiosidade em fazê-lo, especialmente devido a este fantástico título.
Esta semana recebi uma encomenda com estes quatros livros (e ainda está um em falta), todos de autores que nunca li e que fui vendo repetidas vezes em pesquisas que fiz, na tentativa de chegar a uma lista de livros essenciais, ou de leitura obrigatória (nem sempre estes títulos em concreto, mas destes autores). Gosto muito deste tipo de listas, mas há tanta informação sobre o assunto que em vez de chegarmos a 100 ou 200 livros e pararmos, ficamos com uma lista que ultrapassa largamente este número, dividida entre autores intemporais, autores contemporâneos, autores portugueses, escritoras de leitura obrigatória, e que parece que irá perpetuar-se até chegarmos ao "fim da internet". Enfim, um mar de informação que nos deixa em extâse, afinal é o nosso amor, e em pânico, porque não haverá tempo nem possibilidade (financeira, editorial, etc.) para tudo.
Há cerca de um mês, depois destas pesquisas mais ou menos aleatórias, comecei a fazer um trabalho de investigação baseado no livro 1001 Books You Must Read Before You Die (1001 Livros para Ler Antes de Morrer), baseando-me na lista em inglês, através da qual procurei as edições correspondentes em português, título, editora, escritor, nacionalidade, género, link no goodreads, lido/não lido, na minha biblioteca pessoal ou não. O ideal seria ler todos os livros desta lista, embora sejam imensos e seja coisa para demorar uns bons anos, mas sobretudo alargar o meu conhecimento a nível literário. Há tanta coisa que ainda desconheço.
Penso que tenho sensivelmente um quarto do trabalho feito, mas tenho tido alguma preguiça em adiantá-lo nas últimas semanas. Além de ser um trabalho moroso, torna-se demasiado mecanizado por vezes e não quero que seja uma obrigação. Tem de ser algo para ir fazendo quando tiver vontade, que me dê prazer em descobrir, que me faça enervar por tantos ainda não terem sido editados em Portugal. Espero este fim-de-semana adiantar mais alguns títulos e pode ser que quando acabar nasça aqui um projecto para concretizar até morrer.