por Alexandra, em 17.05.17

Título: A Contraluz
Autor: Rachel Cusk
Editora: Quetzal
Quando este livro foi publicado fiquei logo de olho nele e não demoraram muitos dias até o trazer para casa. Apaixonei-me pela capa e a sinopse cativou-me quase de imediato. Cereja no topo do bolo: escrito por uma mulher.
Não o consegui ler de um trago, mas na minha viagem à Itália consegui despachá-lo com rapidez entre viagens de avião e de comboio. A narradora viaja até Atenas em pleno Verão para dar um curso de escrita criativa e na sequência desta viagem há vários diálogos acompanhados de reflexões, mais ou menos implícitas, por parte das pessoas que se cruzam com ela e também por parte da própria narradora.
Adorei algumas partes, especialmente o jantar entre a narradora, Paniotis e Angeliki, mas achei a transição entre ambientes um pouco brusca e o desenrolar dos encontros entre a narradora e o seu vizinho de avião muito óbvia, pouco acrescentou à história. Depois de ter lido o primeiro volume desta trilogia não consigo ter uma opinião bem formada à cerca deste livro, não adorei, mas algumas partes deixaram-me curiosa o suficiente para continuar a ler esta trilogia, assim que o segundo volume seja editado pela Quetzal.
Descobrira, igualmente, que a doença lhe permitia olhar para a sua vida, e para as pessoas que tomavam parte nela, com maior objectividade. Compreendeu que não estava tão ligada a estas pessoas como julgara, especialmente ao filho, pelo qual, desde o instante do seu nascimento, experimentara uma constante e imensa preocupação, vendo-o como um caso excecional de sensibilidade e vulnerabilidade, até ao ponto de ser incapaz - ela percebia-o agora - de o deixar sozinho um minuto que fosse. Ao regressar ao mundo após a sua doença, o filho pareceu-lhe, se não um estranho, ainda assim dolorosamente menos ligado a si por cada um dos filamentos do seu ser. Ainda o amava, claro, mas já não o via, e à sua vida, como uma coisa que teria de trabalhar até ficar perfeita.
Pontuação: 3/5