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Opinião | A Miúda da Banda

por Alexandra, em 28.02.17

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Título: A Miúda da Banda

Autor: Kim Gordon

Editora: Bertrand

 

Há muito tempo que desejava ler A Miúda da Banda pelos mais variados motivos, dos quais se destacam o meu gosto por Sonic Youth e o facto de tratar-se de um livro de não-ficção escrito por uma mulher, Kim Gordon, na condição de pioneira entre as mulheres do rock, mas que é muito mais do que isso.

 

No meu íntimo já suspeitava que ia gostar bastante deste livro, mas depois de começar a lê-lo tive a certeza. Adorei a estrutura e organização do livro, a forma intimista, aberta e transparente com que Kim aborda os mais variados assuntos, alguns sensíveis, outros nem tanto, mas nenhum desnecessário, e as fotos, maravilhosas.

 

Estava a ler, na altura, um livro chamado "Mother Daughter Revolution", sobre a primeira onda de feminismo dos anos setenta. O livro foca-se no facto de o feminismo não conseguir tratar a relação entre mães e filhas por causa da ênfase na fuga do lar. Não o terminei - quem é que consegue ter tempo ou energia quando acabou de se tornar mãe? - mas lembro-me de o livro falar da pressão de se ser perfeito e agradável para toda a gente que se abate sobre as mulheres, pressão essa que acaba por ser projectada nas suas filhas. Nunca são suficientemente boas. Nenhuma mulher consegue ultrapassar aquilo que tem de fazer. Não é possível ser-se tudo: uma mãe, uma boa parceira, uma amante e, simultaneamente, uma participante local de trabalho. "Little Trouble Girl" é sobre o querer ser-se visto pela pessoa que se é realmente, sobre ser-se capaz de expressar essas partes de nós mesmas as que não são de "boa menina", mas que são, também, reais e verdadeiras.

 

Pontuação: 4

 

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