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Netflix | Fed Up

por Alexandra, em 10.01.17

Um dos meus planos para 2017, como já aqui referi, é alimentar-me de forma saudável todos os dias, retirando a maior parte dos produtos processados que consumia, dando preferência aos alimentos de verdade. Nesse sentido, fiz uma lista de documentários associados a esta temática que estão disponíveis na Netflix para ir vendo, pois servem como uma espécie de lembrete para todos os malefícios dos alimentos carregados de gordura, açúcar, adoçantes, etc.

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O primeiro que vi foi Fed Up, que dá bastante destaque ao papel da indústria alimentar na política, impedindo que sejam tomadas medidas contra a obesidade. São absolutamente surreais os argumentos utilizados pelas grandes empresas de bebidas gaseificadas e de alimentos processados, chegando-se ao cúmulo de argumentar que a pasta de tomate das pizzas é um vegetal e, portanto, está tudo bem em servimos pizza nas cantinas das escolas. É focado nos Estados Unidos da América, onde as cantinas têm protocolos com restaurantes de fast food e, simplesmente, deixaram de cozinhar, limitando-se apenas a servir aos alunos pizzas, hambúrgueres, nachos, etc. Cá, ainda não chegámos a este ponto a nível da alimentação escolar, embora esta também não seja das melhores, no entanto, a publicidade abusiva a este género de comidas e bebidas e a quantidade de produtos de má qualidade nutricional que vemos no supermercado afecta-nos cada vez mais.

 

Para além de nos ser mostrada toda a influência absurda da indústria alimentar na política e na legislação americana, existem também vários testemunhos de crianças americanas que sofrem de obesidade e da luta que têm para emagrecer, sobretudo por motivos de saúde. É incrível a mentalidade daquelas crianças, sustentada pelos pais, que acreditam que comer leite com cereais é uma óptima opção de refeição porque os cereais têm pouca gordura, enquanto vão consumindo açúcar e mais açúcar.

 

Apesar de o problema da obesidade ainda não ter as mesmas dimensões cá, este documentário é um excelente abre olhos para percebermos realmente o que estamos a dar às crianças e aos jovens (e a nós próprios), e que não basta comer menos e fazer mais exercício, importa muito aquilo que comemos.

 

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Filmin | É na Terra Não é na Lua

por Alexandra, em 03.12.16

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Demorei algum tempo a terminar de ver o filme É na Terra Não é na Lua, de cerca de três horas, sobre a ilha do Corvo. Como açoriana, era um documentário que me interessava ver há algum tempo, pelo que estar disponível no Filmin foi perfeito para finalmente poder concretizar este meu desejo.

 

Fiquei agradavelmente surpreendida e foi emocionante reconhecer traços comuns entre a população açoriana, as expressões, as crenças, as preocupações, mas que naquela pequena ilha se multiplicam em larga escala porque há dificuldades geográficas, tecnológicas e meteorológicas que, conjugando-se, ou não, tornam a vida naquele lugar mais difícil do que o que era suposto nos nossos dias. Apesar disso, não deixam de ser pessoas optimistas, de prosseguir com as suas vidas e com os seus trabalhos mais típicos do campo, que a maior parte da população portuguesa das grandes cidades já não conhece, nem chegará a conhecer. Nesse sentido, parece-me ser um documentário deveras importante de assistir, porque em alguns vai recordar memórias já perdidas mas que se reavivam facilmente e nos deixam os olhos brilhantes de nostalgia, e noutros vão mostrar algo que provavelmente nem sonham que se passa naquele pedaço de terra distante. É importante que se tenha noção das dificuldades que a insularidade pode trazer, em particular, àquela população de menos de 500 pessoas que vivem numa ilha de 6,5km de comprimento por 4km de largura, em pleno Oceano Atlântico.

 

Foram momentos mais que perfeitos (vi o documentário ao longo de vários dias), onde me foram mostrados tranquila e demoradamente a vegetação, o mar, umas vezes escrespado, outras estanhado, a ventania, os nevoeiros e chuvas que parecem intermináveis, as gentes e os seus ofícios, pensamentos e recordações. Os animais, a vila, o Caldeirão.

 

Recomendo imenso, mas têm de ir preparados para a sua demora. Passada a primeira hora, se tanto, vão perceber quão essencial é. Parabéns ao Gonçalo Tocha e à restante equipa por este magnífico trabalho.

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Filmin | Eis o Admirável Mundo em Rede

por Alexandra, em 22.11.16

Este fim-de-semana aderi à Filmin, uma plataforma de video-on-demand dedicada exclusivamente ao cinema clássico, independente, e de autor, que chegou a Portugal, no dia 16 de Novembro. Tem um valor mensal de 6,95€, sendo que até 31 de Dezembro, o segundo mês de subscrição é grátis. Neste momento, tem um catálogo de 500 títulos de cinema independente de todo o mundo. Existem também novidades "premium" que não fazem parte da mensalidade, mas que ao fim de algum tempo ficam disponíveis para visualização sem custos adicionais. É o caso de Eis o Admirável Mundo em Rede, disponível para os subscritores a partir de 1 de Dezembro, que consegui ver sem ter de esperar graças ao passatempo que a Filmin promoveu via facebook, onde podíamos ganhar um código para ver o documentário sem mais demoras. 

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O realizador de Eis o Admirável Mundo em Rede (Lo and Behold, Reveries of the Connected World), Werner Herzog, guia-nos através de uma série de entrevistas e testemunhos pelo maravilhoso mundo da internet. É-nos dado a conhecer os seus primórdios, a sua evolução até aos nossos dias, os problemas que acarreta, o impacto que poderemos sofrer se um dia ficarmos sem ela, e o seu futuro, ligado sobretudo à robótica e à inteligência artificial. Herzog conduz as entrevistas e testemunhos de personalidades ligadas à tecnologia, mas também de pessoas comuns que, por algum motivo, têm algo a dizer sobre este tema, e, embora não fale muito, tem um fantástico sentido de humor. Este documentário é muito interessante, sem ser aborrecido ou demasiado técnico, sendo precioso nos dias de hoje, em que estamos tão ligados às redes sociais e a tudo o que está relacionado com a internet.

Os primórdios e a perspectiva futura da internet foram o que mais cativou neste documentário, assim como o testemunho de Kevin Mitnick, um famoso hacker dos anos 90, mas considero que todas as partes são importantes à sua maneira, formando um todo muito coeso.

Os pontos que considerei mais pertinentes foram quando se falou que a internet pode ser o principal inimigo do pensamento crítico, tendo em conta que dependemos (ou podemos vir a depender) dela para fazer e obter tudo, em vez de termos as nossas próprias ideias, bem como qual o impacto que esta poderá vir a ter nas relações interpessoais se, por exemplo, passarmos a comunicar exclusivamente com a internet (essencialmente através de robots ou inteligência artificial). Recomendo vivamente.

 

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