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Opinião | Leite e Mel

por Alexandra, em 29.05.17

leiteemel.jpg

Título: Leite e Mel

Autor: Rupi Kaur

Editora: Lua de Papel

 

Depois de ter lido 9 livros de poesia consecutivos, sendo este o décimo, classificar Leite e Mel torna-se uma tarefa árdua.

Achei a composição e construção frásica deste livro demasiado simples, até mesmo banais em alguns momentos, para o classificar de poesia. Antes de mais, devo salientar que se trata de um género que admiro muito, com o qual sou totalmente liberal, e custa-me bastante escrever que não consideraria, à partida, este livro como poesia. Acredito que a maior parte das pessoas irá sentir vontade de me apedrejar depois de ler isto, tal é o sucesso que tem tido, mas a verdade é que este livro dificilmente pode ser considerado poesia se estivermos habituados a lê-la com alguma regularidade, no meu caso, especialmente depois de ter lido 9 livros que estão a anos-luz deste em termos de qualidade de escrita.

Apesar do que escrevi anteriormente, há aspectos positivos neste livro e foram estes que fizeram com que o lesse até ao final. Há que reconhecer-lhe originalidade (e é aqui que posso conceder que seja apelidado de poesia, porque poesia é, também, originialidade). Está repleto de ilustrações muito bonitas, adequadas e em sintonia com os poemas com quem partilham, de forma muito harmoniosa, a página. Finalmente, uma nota positiva para as temáticas abordadas, gostei mais da primeira parte (são quatro no total) do livro. Depois achei-o demasiado repetitivo e muito cheio de frases feitas para o meu gosto.

 

Pontuação: 2/5

 

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11 comentários

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De Cláudia a 29.05.2017 às 10:18

Sem pedras :)
Não concordo, mas respeito.
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De Alexandra a 29.05.2017 às 13:07

Fiquei com imensa pena de não ter adorado, confesso :)
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De Cláudia a 29.05.2017 às 15:12

Eu acho que o propósito da autora não era fazer um livro de poesia. Era contar uma história (a sua e a de muitas mulheres na sua condição) através de palavras curtas e cheias de sentimento. Sobretudo ser concisa, dura. Atingiu-me em cheio apesar das nossas diferenças culturais, etc.
Os livros funcionam de forma diferente...ainda bem. :)
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De Alexandra a 29.05.2017 às 15:56

Não consegui deixar de o achar demasiado simples na escolha do palavreado e muito repetitivo, provavelmente porque vinha numa onda de muitos livros de poesia consecutivos, o que acabou por arruinar a experiência de leitura. Talvez o leia daqui a uns tempos e mude de opinião :)

Ainda bem que não achamos todos o mesmo, definitivamente :)
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De Bárbara Ferreira a 29.05.2017 às 21:13

Li este no original há não muito tempo, e confesso que gostei muito, exactamente pela sua simplicidade. É mais verso livre que poesia em si, creio - também não o considero poesia. E também gostei mais da primeira parte :)
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De Alexandra a 30.05.2017 às 09:26

O excesso de simplicidade acabou por, na minha interpretação, fazer com que certas partes ficassem muito no limite entre o que é bonito e o que é banal/vulgar.

Confesso que houve momentos em que não sabia se estava a ler boa poesia ou frases do Pedro Chagas Freitas e isso deu cabo de mim :( Gostava de lhe dar outra oportunidade porque podia não estar com a disposição correcta para o ler, mas vou esperar mais uns tempos.
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De Bárbara Ferreira a 31.05.2017 às 20:16

Nunca li Pedro Chagas Freitas, mas pelo que sei do autor realmente dispenso; por outro lado, também não vi esta tradução, que pode ou não ser culpada por essa simplicidade extrema :/
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De Alexandra a 01.06.2017 às 18:33

Também nunca li PCF, apenas aquelas frases que de vez em quando aparecem nas redes sociais, infelizmente. Também fiquei na dúvida se poderia ser da tradução mas não me pareceu :|
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De Inês a 02.06.2017 às 14:38

Estou a ler neste momento e estou a gostar, pelo menos até agora (vou no início). Já seguia a autora no instagram, pelo que já sabia o que esperar do livro. Tenho a versão em inglês, mas a portuguesa parece-me muito semelhante e são ambas lindas. Adoro a capa :)
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De Alexandra a 02.06.2017 às 15:00

A primeira parte foi a que gostei mais. As edições são lindas :)
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De Bruna a 28.06.2017 às 16:18

Talvez você quisesse dizer que não o considera um livro de poemas, já que poesia não está atrelada a nenhuma forma textual, nem sequer a texto. Uma pintura pode conter poesia, um espetáculo de teatro, dança... qualquer forma de arte e até mesmo, um momento. Pesquise um pouco sobre esse conceito.

Agora se sua intenção foi falar do texto, da forma, então estamos tratando de poemas. E ainda assim discordo de você: porque poemas podem, sim, romper com a forma (ainda bem!). Já ouviu falar em poemas em versos livres? São um tipo possível do gênero e calculo que os desse livro possam se encaixar nele.


Outra indicação: procure pelo livro "Jogo e teoria do duende", de Lorca. Você vai descobrir mais sobre a transgressão não só no poema, como na poesia de modo mais amplo.

Te copiando um pouquinho em seu respaldo no fato de você ter lido outros nove livros de poesia, ressalto que trabalho com poemas e poesia há mais de cinco anos em um grupo de performances e saraus, li, naturalmente, incontáveis livros (literários e teóricos) sobre o tema e tenho dupla formação em Letras, pela UFMG. Deve servir de respaldo também (:

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