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Cinema | Tanna

por Alexandra, em 24.02.17

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Tanna é um filme cuja acção se desenrola numa ilha remota do Pacífico com um vulcão em actividade e que é protagonizado pela tribo Yakel. É uma história comum, mais que vista em diversos contextos, mas que naquele ambiente tão particular acaba por ter um papel importante.

 

De modo a resolver as divergências que se têm arrastado nos últimos tempos entre duas tribos, Wawa é prometida em casamento a um membro da tribo rival, quando está apaixonada por Dain. O filme desenrola-se em torno deste amor proibido e tem um desfecho previsível tendo em conta os clichés românticos associados aos amores proibidos, com um impacto essencial para as tribos.

 

Gostei particularmente da prestação da irmã de Wawa, a Selin (Marceline Rofit), e da fotografia, principalmente as filmagens do vulcão, mas isto não chegou para contrastar com a história já mil vezes vista e que não me conseguiu fazer olhar para o filme com outros olhos.

 

Pontuação: 6/10

 

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Cinema | Loving

por Alexandra, em 22.02.17

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Começo a notar uma certa tendência minha para gostar de filmes baseados em histórias reais. Fico, de imediato, emocionada quando aparecem imagens ou testemunhos das pessoas retratadas nos filmes, quando aparecem aquelas frases finais a explicar o que aconteceu depois (aqui já estou a chorar quase compulsivamente).

 

Loving é uma bonita história de amor inter-racial que foi fundamental para quebrar as barreiras do matrimónio entre casais de raças diferentes nos Estados Unidos, dado que deu a origem a uma guerra legal que terminou na Suprema Corte. Gostei bastante da interpretação de Ruth Negga que encarnou Mildred de uma forma soberba, uma mulher calma, ponderada e esperançosa de que podia não vencer algumas batalhas, mas que a guerra acabaria por ser, por fim, vencida. Temas como este continuam a ser pertinentes actualmente, essencialmente para percebermos que não foi há tanto tempo assim que existiram este tipo de preconceitos e de quão difícil foi lutar para ultrapassá-los. Filmes como Loving são fundamentais para não voltarmos a cair nos mesmos erros, ou, pelo menos, assim o espero.

 

Pontuação: 8/10

 

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Cinema| Fences

por Alexandra, em 22.02.17

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A primeira metade de Fences é um pouco "morna", a história é um tanto ou quanto banal, a acção é muito reduzida, quase nula, e senti pouca empatia com Troy (Denzel Washington) e com Rose (Viola Davis). Já começava a sentir que seria penoso ver este filme até ao final, perguntando-me sobre o que poderia acontecer (de interessante) na segunda metade.

 

Depois de uma revelação que não se pode considerar totalmente inesperada tendo em conta as pistas lançadas ao longo da primeira parte, Fences melhora consideravelmente graças à magnífica interpretação de Viola Davis (que merece, sem dúvida, o Óscar de melhor actriz secundária), que se torna, no meu entender, a alma de Fences. O filme torna-se de tal modo intenso que nos agarra por completo: queremos e precisamos de saber como vai terminar esta história. A segunda parte compensa sobretudo porque explora muito bem sentimentos como a frustração decorrente de um sonho perdido, a resignação face àquilo que é a nossa vida, a abdicação de determinados sonhos e vontades devido a esta resignação, e, finalmente, a rectidão de carácter, fazer o que está correcto independentemente de quão magoada e despedaçada a pessoa possa estar por dentro.

 

Pontuação: 7/10

 

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Cinema | Hell or High Water

por Alexandra, em 17.02.17

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Hell or High Water é um filme tipicamente americano, que se passa no Texas, onde dois irmãos, Tanner, o irmão mais velho que saíu há pouco tempo da prisão, e Toby, divorciado e pai de dois rapazes, assaltam uma série de bancos com um determinado propósito. É um filme com pouco mais de uma hora e meia, que se passa em poucos dias, e com um número reduzido de personagens para além dos dois irmãos e dos dois Rangers do Texas que os perseguem, Marcus e Alberto. Este western fez-me lembrar um pouco os livros de Cormac McCarthy o que não deixa de ser notável.

 

Hell or High Water é muito competente em termos de elenco, realização, fotografia e banda sonora pelo que não devem deixar de o ver. Ainda assim, não mexeu muito comigo.

 

Pontuação: 7/10

 

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Cinema | Captain Fantastic

por Alexandra, em 16.02.17

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Ah!, finalmente um filme que me enche as medidas e me deixa com um sorriso de orelha a orelha e com os olhos marejados de lágrimas. Um filme que posso realmente dizer que adorei, algo que já não acontecia há bastante tempo. Captain Fantastic ter-me-ia passado completamente ao lado não fosse a sua nomeação para os Óscares de 2017, para a categoria de melhor actor principal (Viggo Mortensen). Não deixa de ser curioso, uma vez que não o destacaria nesta categoria assim à primeira vista, mas consigo compreender.

 

É um filme fantástico sobre parentalidade, sobre o crescimento, a aprendizagem e a camaradagem, sobre a educação social, cultural, física e alimentar que é considerada normal nos dias de hoje, de um prisma totalmente diferente do que estamos habituados, ou seja, mostra-nos tudo isto através de um exemplo oposto ao habitual actualmente. Contudo, como não poderia deixar de ser, acabamos por perceber que este método não é só feito de coisas boas e que é impossível atingir a perfeição (nada de novo).

 

Ao longo de Captain Fantastic surgem as mais variadas referências literárias, quer a nível de ficção, como a nível filosófico e político, à medida que nos é apresentada uma visão alternativa do mundo através do olhar de seis crianças/adolescentes e do seu pai. Fez-me rir e chorar, e fez-me recordar, por diversas vezes, o filme Little Miss Sunshine, que tenho de rever em breve. Não deixem de assistir a este magnífico filme.

 

Pontuação: 10/10

 

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Cinema | Hacksaw Ridge

por Alexandra, em 16.02.17

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Hacksaw Ridge é um filme que se revela fantástico até para os que não gostam particularmente de filmes de guerra. Este não é só um filme de guerra, apesar de a última metade do filme retratar este tipo de ambiente, é um filme sobre permanecermos fiéis aos nossos princípios, sobre orgulho, sobre dizer não à violência e dizer sim a ajudar os outros, sobre fazer o bem independentemente da pressão do mundo que nos rodeia.

 

Concordo que seja o típico filme americano onde está implícito constantemente o famoso somos os maiores, contudo, aborda um tema tremendamente pertinente: ser objector de consciência num contexto de guerra. Andrew Garfield está nomeado para o óscar de melhor actor principal, nomeação indiscutivelmente merecida, já que este filme pertence integralmente a Desmond Doss. É praticamente impossível não nos emocionarmos em algumas partes. A cereja no topo do bolo é, precisamente, o final deste filme, onde vemos relatos de alguns dos intervenientes deste filme na realidade, uma vez que se trata de uma história verídica.

 

Pontuação: 8/10

 

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Cinema | La La Land

por Alexandra, em 07.02.17

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La La Land é a grande promessa para os Óscares de 2017 e tudo indica que irá arrecadar uns quantos no dia 26 de Fevereiro. Já se disse muito (tanto) sobre este filme que, neste momento, o mundo divide-se entre quem o ama e quem o odeia (e os que ainda não o viram, vá). Uns ficaram maravilhados por recordar os velhos tempos, por voltarem a sonhar, pela magia, romantismo e banda sonora que, no seu conjunto, dão forma a este filme. Outros, à medida que foi ganhando fama e se gerou um enorme buzz à sua volta, colocaram-no imediatamente de lado porque era muito comercial.

 

Já estava com muita curiosidade para ver este filme há alguns meses, pelo burburinho à sua volta, na época ainda muito reduzido em Portugal. No entanto, o facto de não ser a maior das fãs de musicais sempre me deixou de pé atrás em relação a La La Land. Não era preconceito, era simplesmente algo que, à partida, não ia ao encontro dos meus gostos cinematográficos. Apesar das dúvidas e de toda a controvérsia, decidi que não podia deixar de ir vê-lo ao cinema.

 

Como já estava à espera, não o considerei soberbo nem maravilhoso, mas achei algumas coisas muito boas. Em primeiro lugar, a banda sonora (que estou a ouvir neste preciso momento) é espectacular, se a ouvirem depois de assistirem ao filme, vão perceber que realmente gostaram de La La Land, vão sentir qualquer coisa no fundo do vosso ser que vos vai fazer saltitar e rodopiar e ter vontade de o voltar a ver. Emma Stone e Ryan Gosling estão muito bem, mas tenho algumas reservas quanto ao facto de merecerem o Óscar de melhor actriz e actor principal, preciso de ver o desempenho dos restantes nomeados. Passando, por momentos, ao ponto que considerei menos bom: a primeira parte. Achei muito fraca, repleta de clichés, lugares comuns, pouco interessante, na minha opinião. Já estava quase a admitir que realmente não havia sido talhada para assistir a musicais, embora já tivesse ouvido dizer que a segunda parte compensava e, sim, realmente, acaba por compensar, em parte.

 

Por fim, vamos ao mais importante: este filme tem e terá um papel muito importante nos dias de hoje, em que andamos mais conformados e lutamos pouco pelos nossos sonhos, em que nos vemos subjugados por uma crise de identidade, valores, etc. Toda a conjectura política que observamos à nossa volta, todos os nossos receios mais pessoais e profundos, ficam, por momentos, congelados quando assistimos a La La Land e sonhamos com um mundo em que podemos perseguir e lutar pelos nossos sonhos. É essa a principal mensagem de La La Land: não deixem de sonhar. Por isso, todos deviam vê-lo.

 

Pontuação: 8/10

 

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Cinema | Manchester by the Sea

por Alexandra, em 08.01.17

Os nomeados para os Óscares serão conhecidos apenas no dia 24 de Janeiro, mas já estou a planear ver alguns filmes apontados como prováveis nomeados, tendo em conta outras nomeações já conhecidas e as opiniões dos críticos de cinema. Manchester by the Sea é um deles e estreou em Portugal esta quinta-feira (5 de Janeiro).

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É um filme com uma carga dramática muito forte, que explora de uma forma soberba os contornos sombrios da dor associada à perda, mas sem deixar de ser real. A prova disso são os variados momentos hilariantes. Apesar de ter uma duração de 2h17, ficamos tão colados a esta história, sobretudo a Lee Chandler (magnificamente interpretado por Casey Afflect) que mal damos pelo tempo passar. Não há momentos mortos nem dispensáveis, pelo contrário, ficamos, no final, com o sentimento de que poderia haver ainda mais para contar. Não o consideraria uma obra prima, como já li diversas vezes, mas é um filme realmente bom tendo em conta o panorama da indústria cinematográfica contemporânea (americana, sobretudo) onde fazem falta mais filmes deste género. Não chorei, mas acredito que a maioria das pessoas irá chorar. Bastante.

 

Pontuação: 8/10

 

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